Compartilho com vocês uma reflexão que fiz com base  em conversas com alguns líderes e na leitura do livro de Brené Brown, “A Coragem de Ser Você Mesmo”. Recomendo fortemente a leitura deste livro, se o tema ressoar com você.

O livro nos incentiva a abraçar a autenticidade e a superar o medo da imperfeição, abordando temas importantes como coragem, compaixão e conexão. Ser autêntico requer coragem para se expor e aceitar-se, apesar das falhas e imperfeições. Além disso, a necessidade de praticar compaixão, começando consigo mesmo e se estendendo aos outros, e a busca por conexões genuínas, fortalecidas pela vulnerabilidade e pelo compartilhamento de experiências comuns, são fundamentais.

Brené Brown cita uma frase inspiradora de Maya Angelou: “Você só é livre quando percebe que não pertence a nenhum lugar — você pertence a todos os lugares — nenhum lugar é seu lar”. Essa citação ecoa profundamente com os conceitos de autenticidade e pertencimento. O verdadeiro pertencimento não vem de tentar mudar-se para se encaixar em determinados grupos ou situações, mas de pertencer a si mesmo e aceitar-se. Este sentimento de autenticidade permite que uma pessoa se sinta em casa em qualquer lugar, livre das restrições de tentar se encaixar em moldes pré-definidos.

A “natureza selvagem” é interpretada como um chamado para se conectar com a essência mais pura e não domesticada de si mesmo — uma parte que muitas vezes é escondida ao nos adaptarmos às expectativas sociais. Ao abraçar nossa natureza selvagem, nos tornamos mais autênticos e, paradoxalmente, encontramos um senso de pertencimento mais verdadeiro e profundo, não porque nos encaixamos perfeitamente em algum lugar, mas porque estamos confortáveis com quem somos, independentemente do ambiente.

Os ensinamentos que se conectam com o momento de um líder em transição para outra empresa incluem:

1. Abraçar a Vulnerabilidade: Líderes em transição podem se sentir incertos e vulneráveis diante de novos desafios e expectativas. Aceitar essa vulnerabilidade como uma força, não uma fraqueza, pode ajudar o líder a conectar-se genuinamente com novas equipes e a construir relações baseadas em confiança e abertura.

2. Autenticidade: Um líder que muda de empresa tem a oportunidade de reavaliar e reafirmar seu estilo de liderança e valores. Para o líder, ser fiel a si mesmo e aos seus princípios, mesmo desafiando as normas existentes na nova organização, é crucial.

3. Coragem para a Mudança: A transição para uma nova empresa é um teste de coragem para enfrentar o desconhecido e se livrar das amarras da “suposta perfeição”.

4. Construção de Conexões: Conexões verdadeiras e significativas são fundamentais para um senso de pertencimento. Investir tempo e energia para conhecer a equipe e entender suas dinâmicas pode estabelecer um terreno comum e fortalecer o engajamento e a lealdade.

5. Aprendizado Contínuo: A transição é uma oportunidade de aprender com um novo ambiente e aplicar lições de experiências passadas de maneira reflexiva e adaptativa.

6. Enfrentar a Solidão: Reconhecer a solidão ao entrar em um novo ambiente e usar esse tempo para introspecção pode reforçar a clareza e a resiliência do líder.

Embora esses ensinamentos façam sentido para mim, entendo que não são simples de aplicar, pois exigem mudanças internas profundas. No entanto, se estivermos atentos a esses pontos durante a fase de transição para uma nova empresa, acredito que isso não apenas facilitará uma mudança mais suave para nós mesmos, mas também estabelecerá as bases para uma liderança inspiradora que alinhará as equipes com visões comuns e metas compartilhadas.

E aí, fez sentido para você ?