Hoje quero abordar os desafios enfrentados por líderes e gestores na montagem de equipes. Afinal, é por resultados que seremos medidos.

Você talvez esteja vivenciando o desafio de formar uma equipe excepcional em um ambiente onde a pressão por resultados é cada vez maior.

Diante de um contexto complexo, gestores e líderes precisam, em um curto espaço de tempo, selecionar e integrar pessoas que não apenas possuam competências técnicas afiadas, mas que também estejam alinhadas aos valores e à cultura da organização. Estudos apontam que empresas com equipes colaborativas e culturalmente alinhadas apresentam desempenho significativamente superior (https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC3123547).

Esse cenário nos leva a refletir: será que estamos priorizando as habilidades técnicas em detrimento da essência humana que é o que mantém o time unido?

Montar um time vai além de selecionar habilidades técnicas; trata-se de alinhar talentos, valores e motivações. Em um ambiente onde o foco frequentemente recai apenas sobre competências e entregas, o verdadeiro desafio do líder é integrar as pessoas, criando um ambiente saudável e sustentável que potencialize os resultados. Se o trabalho em equipe está intimamente ligado à cultura da organização, por que não sermos mais criteriosos na seleção com base nas virtudes e atitudes que refletem essa cultura?

Patrick Lencioni, em seu livro Os 5 Desafios das Equipes, ressalta que a construção de uma equipe de alta performance depende, antes de tudo, da confiança – um dos pilares que muitas vezes se perde quando a urgência por resultados leva à priorização exclusiva das competências técnicas. Em outra obra, As 3 Virtudes Essenciais para Trabalhar em Equipe, ele defende que essas virtudes envolvem não apenas habilidades técnicas, mas também a capacidade de integrar e harmonizar os valores individuais com os da organização.

Dale Carnegie, por sua vez, enfatizava o poder do interesse genuíno nas pessoas: “Você consegue mais amigos em dois meses se interessando genuinamente pelas pessoas do que em dois anos tentando fazer com que elas se interessem por você.”Essa abordagem reforça a importância de olhar além dos números e entregas, privilegiando a empatia e o relacionamento interpessoal como pilares de um ambiente de trabalho saudável.

Edgar Schein, em seu livro Cultura Organizacional e Liderança, complementa essa visão ao afirmar que “a única coisa realmente importante que um líder faz é criar e administrar a cultura de sua organização.” Em tempos de intensa pressão por resultados, cabe ao líder não apenas conduzir projetos, mas estabelecer e nutrir uma cultura onde o desenvolvimento das habilidades comportamentais seja tão valorizado quanto o desempenho técnico.

Assessments são ferramentas valiosas, mas precisam ser utilizados e analisados por líderes e gestores como base de informação complementar. O verdadeiro diferencial está no discernimento humano: na escolha dos valores e princípios que farão o time prosperar.

No fim das contas, montar um time de alta performance envolve muito mais do que selecionar pessoas com currículos impecáveis. Trata-se de compreender os princípios e valores da organização, conhecer os talentos e motivações de cada indivíduo e, sobretudo, promover uma integração que transforme desafios em oportunidades. Líderes têm a responsabilidade não apenas de entregar resultados, mas de criar condições onde esses resultados possam ser alcançados de forma saudável e sustentável.

Você é o elo ou a barreira?A escolha é sua. Ao investir em uma seleção criteriosa que valorize tanto as competências técnicas quanto as virtudes comportamentais, você estará construindo não apenas uma equipe, mas um ambiente de confiança e colaboração. O verdadeiro sucesso reside na capacidade de unir talentos em torno de um propósito comum, reforçando que, na correria do dia a dia, o fator humano sempre será o diferencial determinante para alcançar resultados duradouros.